Capela Nossa Senhora do Rosário - Travessão Cerro Grande
Padroeira
Nossa Senhora do Rosário
Demais santos presentes na igreja
-
Relíquia
São Valentin
Sagra da capela
Anualmente em outubro, em honra a Nossa Senhora
do Rosário
O Travessão Cerro Grande, localizado a
onze quilômetros do centro de Nova Pádua, integra
a área do chamado Novo Território da antiga Colônia
Caxias. Suas terras passaram a ser ocupadas por
volta de 1887, sendo composto por 20 lotes rurais,
em terras íngremes que descem o Vale do Rio das
Antas. Seu nome é em decorrência de acidente geográfico,
já que no dicionário a palavra cerro significa
“uma elevação pedregosa e íngreme, uma colina”.
Conforme relato de José [Giuseppe] Gelain, imigrante
italiano, que chegou ao Brasil em 20 de fevereiro
de 1888, narrado no suplemento ‘Os italianos no Rio
Grande do Sul, uma experiência de 102 anos’, encartado
no Jornal de Caxias, de 23 de julho de 1977-
publicado originalmente em 1961 -, assim iniciaram
as atividades religiosas no Travessão Cerro Grande:
“[...] Aos poucos, fomos nos acostumando, apesar
que o nosso pensamento voava continuamente para a terra
natal. Aos domingos, visitávamos algum vizinho. Reuníamos
uma turma de italianos e cantávamos as lindas canções peninsulares.
Não vimos sacerdote durante dois anos.
Só em Campo dos Bugres havia um sacerdote. [...].
Mais tarde apareceu um padre coadjutor. A primeira
missa foi no moinho de José Bonetto. Fizemos
uma grande festa naquele dia. Depois construímos
uma igreja de 7x15 metros. Aos domingos, eu e
minha esposa, quando ainda não éramos casados,
ensinávamos o catecismo. Fizemos uma plantação
de milho e trigo em benefício da igreja e compramos
uma imagem de Nossa Senhora do Rosário.
Como na estrada não passava cargueiro fomos
busca-la a pé em 20 homens. Ao longo do caminho
vínhamos rezando o rosário e as ladainhas de Nossa
Senhora. Antes de chegarmos à capela, o povo e
as crianças vieram ao nosso encontro e gritavam,
contentes: Viva la nostra madonna!. Nós, os Gelain,
tínhamos em casa os brincos de ouro de minha
falecida mãe e os ofertamos a Nossa Senhora.
Passado algum tempo, veio o padre. Foi o dia da
bênção. Fizemos uma grande festa. Até uma banda
de música chegou de longe para abrilhantar o
acontecimento”. (Jornal de Caxias, 23 de julho de
1977, p.4-5)
De acordo com a historiografia, os
moradores do Travessão Cerro Grande,
tendo Matteu Bizzotto como líder, iniciaram
um movimento para a inserção de uma paróquia
no local. Para isso, reservaram um
terreno para construção da casa do padre.
Porém, na mesma época, os moradores do
Travessão Alfredo Chaves e de Nova Pádua
também angariavam a vinda de um padre
e criação de uma paróquia. Ao conseguirem
trazer o primeiro padre, os moradores
da área central de Nova Pádua teriam subido
no alto de um morro para debochar
dos moradores do Cerro Grande. “Tocaram
trompas feitas de chifres de gado, chamadas
de corni. A expressão usada até hoje
é i gà sonà i corni. Os moradores ficaram
magoados, porque ficaram com torto, palavrão
que queria dizer: estava errado. A localidade
ficou conhecida por muitos anos
como o Gran Torto”, afirmou Gema Menegat
Tonet em seu livro Nova Pádua: História
das escolas - viagem no tempo (2012, p.
113).
Não há registros, mas acredita-se
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que a pequena capela de madeira – existente
até os dias atuais - foi construída por volta de
1887 a 1893. Dois registros do jornal Staffetta
Riograndense conduzem a essas datas.
Com todo o brilho, no dia 3 de março [1924], na
capela do Serro Grande foi celebrada a festa intitulada a
São Valentim transferida do dia 14 de fevereiro porque
quiseram juntá-la com a inauguração da reforma quase
completa da capela.
Uma festa bonita conforme tais aspectos: missas cantada,
devota procissão. A tarde foi benta e recitada a via
crucis, tudo foi em bela ordem. Uma palavra de elogios e
congratulações as pouquíssimas famílias daquela fração
já que se esforçaram mais do que poderiam para reparar
sua igreja” (Staffetta Riograndense, 26 de março de
1924, p.1)
“No Serro Grande também este ano pela 35ª vez
fez-se a bel festa de N. Sra do Santo Rosário. Coisa maravilhosa
em 35 anos nunca em um ano foi interrompida
a festa. Quem ensina a doutrina para rezar o terço em
cada festa é Giovanni Baggio (1), fundador desta capela”.
(Staffetta Riograndense, 24 de outubro de 1928, p. 3)
Acrescenta-se, conforme pesquisa realizada
por Nair Panizzon Baroni:
“Considerando a informação do padre Antônio
Galioto, de que esta igreja foi construída antes da Matriz
e considerando que isto fecharia com a pretensão do Cerro
Grande em ter a presença do padre na localidade, pois
já teria igreja, a história do Gran Torto teria ocorrido por
volta de 1887-1888 e possivelmente a reivindicação da
sede poderia indicar que já havia a igreja construída, pois
seria difícil sustentar tal reivindicação sem ao menos ter
uma igreja construída. Assim, pode-se supor que a igreja
provavelmente foi construída no período de 1887/1893,
sendo a construção mais antiga do município”.
A capela foi dedicada à Nossa Senhora
do Rosário. Na igreja foi colocada também uma
relíquia de São Valentin, santo invocado em
casos de doenças de epilepsia e trazida pelos
primeiros imigrantes italianos. O documento
original de reconhecimento da autenticidade
está emoldurado e fixo na parede da igreja e remete
ao Bispo de Treviso e depois de Vicenza,
Jo. Antonius Farina (Giovanni Antonio Farina,
11/05/1803-04/03/1888). Antigamente, no mês
de fevereiro, muitos devotos doentes iam a missa
para receber à bênção de São Valentin. Porém,
com o passar dos anos e avanços medicinais,
a devoção foi extinta, mas a relíquia ocupa até os
dias atuais um lugar de destaque no altar.
A capela foi construída em madeira, material
bastante abundante na região e usado de
forma muito rústica, com tábuas largas e vigas de
suporte nos contrapisos. O repertório artístico é
simples, despojado de adorno com um arco acima
da porta principal e pequenos detalhes nas janelas.
Inicialmente a capela era coberta de scándole
(2) , que posteriormente foi substituído por zinco.
Em seu interior, a capela abriga os quadros da via
sacra que, conforme documento em latim afixado
na parede da igreja sugere terem sido adquiridos
no ano de 1906, castiçais, bancos em madeira e
um coro elevado, chamado de cantoria, situado
acima da porta de entrada, onde encontram-se
antigos objetos utilizados em rituais religiosos.
Junto a parede da lateral direita, encontra-se uma
divisória de madeira, usada antigamente como
confessionário. Na parte externa, acima da porta
de entrada, encontra-se uma sineira.
De acordo com o Jornal Correio Rio-Grandense,
de 4 de setembro de 1946, no mês de julho
ocorreu a bênção do novo altar e da nova imagem
de Nossa Senhora do Rosário.
No dia 31 de Julho p. p., na capela deste lugar,
denominado Grão Torto, sob a sabia direção do revmo.
Vigário, padre Alessi e dos fabriqueiros José Baggio,
Aquilino Vailatti e Germano Sonda, auxiliados por todos
os sócios, realizou-se a brilhante festa sendo efetuada a
benção do novo e artístico altar e magnífica nova Imagem
de N. S. do Rosário, com l m. e 10 cm de altura, no valor de
Cr$ 1.200,00 [Um mil de duzentos Cruzeiros]. Após a missa
destilou devoção, procissão sendo a nova imagem conduzida
pelas Filhas de Maria ouvindo-se durante o percurso os
tradicionais cânticos em louvor à Mãe do Céu. Ao entrar a
procissão, da escadaria o Vigário explicou o significado do
altar, perante o qual ricos e pobres se prostram para pedir
as graças de que necessitam para se salvarem. Durante o
almoço foram recolhidos os envelopes contendo as ofertas
dos padrinhos e madrinhas que honraram a benção do
altar e da Imagem. Feita a apuração, constatou se a soma
de Cr$ 1.814 90 [Um mil, oitocentos e quatorze Cruzeiros
e noventa centavos]; tirou o primeiro lugar o sr. Luiz Sonda
com Cr$ 205 00; o segundo o sr. Angelo Pillatti com 202,00
cruzeiros; o terceiro o sr. Francisco Pilatti com 107.00.
O vigário e os fabriqueiros agradecem de coração, aos
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senhores paraninfos e às distintas madrinhas, desejando-
lhes copiosa benção de N. Senhora do Rosário”.
(Correio Rio-Grandense, 4 de setembro de 1946, p. 4)
Em 5 de maio de 1987, foi inaugurado o
novo salão paroquial. Apenas seis famílias eram
sócias da capela e conseguiram edificar o espaço
com todos os custos pagos. A construção da
torre metálica que abriga o sino, e o próprio sino
que por algum tempo ficou resguardado no interior
da igreja, foram posteriores. O livro Algumas
Tramas: Um passeio pelo talento multifacetado
de Ary Trentin (p. 78-9), escrito por Marcos
Fernando Kirst, traz um relato de Plínio Mioranza,
que inicia fazendo considerações sobre um
passeio com Trentin, no final da década de 1990
para fotografar uma das igrejinhas mais antigas
do estado e o fato de na ocasião ter questionado
um dos moradores locais sobre o motivo pelo
qual não possuíam um campanário para abrigar
o pequeno sino que possuíam. Sentindo-se intimidado
pelo morador a doar um sino maior,
continua relatando:
Certo dia, aporta, em Caxias do Sul, Luigi Savelli,
industrial italiano do ramo da fundição, sediado em Bréscia,
e contei a ele como estive numa comunidade humilde
do interior, praticamente abandonada, localizada nas
barrancas do Rio das Antas. Disse a ele: “Sabe o que eles
me pediram”? “Comida”, respondeu Luigi de imediato!
De pronto, respondi: “pediram um sino para capelinha
da comunidade”. “O sino penso eu”, disse Luigi Savelli
“vou mandá-lo da Itália”, respondeu ele comovido com a
demanda de uma comunidade descendentes de italianos.
[2009] Estava o sino de 29 quilos no aeroporto Salgado
Filho, em Porto Alegre. Saiu mais caro o imposto de importação
do que o próprio sino em si. Mas construíram a
torre, e instalaram o sino e até me convidaram para festa
de inauguração, quando o padre Santo Menegat me
convocou a contar a história do sino em pleno sermão.
Tudo isso porque Ary [Ary Nicodemos Trentin] Pecisava
fotografar aquela igrejinha, também descobriu um crucifixo
de valor histórico afixado na parede. Ficou fascinado
pela rara peça sacra.
Tempos depois, entrei em contato com o prefeito de Gran
Torto (município pertencente à Província de Pádova), o
senhor Sérgio Áqua, e contei a ele a história da comunidade
de Gran Torto. Prontamente, ele remeteu a mim um
livro de alto padrão gráfico contando a história de Gran
Torto na Itália. Foi em 11 de janeiro de 2010 que a comunidade
local desvendou a provável origem das famílias
que lá aportaram em 1887/1888, e o nome da localidade.
Agora, além do sino, a comunidade pode desfrutar
da história dos seus ancestrais nas noites de filò, do livro
de Gran Torto, nas leituras da zeladora da capela, ao som
das badaladas do sino ecoando nos vales e montes de
Cerro Grande”. (KIRST, 2022)
Plínio Mioranza ainda relatou através
de informações enviadas por WhatsApp e em
de sua coluna periódica, nesta intitulada ‘A menor
aldeia do mundo’, publicada em 2009 no
Jornal Gazeta de Caxias:
Tenho a foto de quem pediu o sino [Severino
Morandi]. A torre é provisória, foi construída pelo Marcante.
O verdureiro, que mora logo adiante da capela.
A torre deverá ser de madeira, com tábuas de 30cm,
imitando as da capela. O som triplica em torre fechada.
Funciona como tambor. A de metal dispersa o som.
(Plínio Mioranza, 17 de junho de 2022)
Em 1886 chega uma leva de imigrantes italianos em
Cerro Grande, Rio Grande do Sul. Formam uma aldeia
na Serra Gaúcha, localizada num vale profundo, cavado
pelo Rio Bonito, afluente do Rio Tampinha que por sua
vez deságua no Rio das Antas. O local é conhecido
também por Gran Torto. [...] As famílias centenárias
permanecem ali até hoje. A comunidade é formada
por quatro famílias – Severo Morandi, João Marcante,
Joaquim Pilati e Antonio Testolin. (...) Na única e
pequena planície da localidade está a capela construída
em madeira de pinho, feita à base da “mussa”, - instrumento
manual dos imigrantes para fazer as tábuas. As
araucárias gigantes da própria comunidade tombaram
para erguer a capela. Seria a sede da primeira paróquia
de Nova Pádua lá pelos idos de 1887, atendida pelo
Padre Alexandre Pelegrini, a única autoridade de então.
As primeiras famílias que ali se estabeleceram possuíam
um forte poder de agregação. Sobreviveram pelo
próprio esforço e a vontade de vencer. (...) A igrejinha
nunca teve torre. O sino pendurado na parede frontal
da capela cabia na palma da mão. A torre só aparece
no imaginário, na pintura bucólica do quadro pintado
por Ary N. Trentin. O empresário italiano de Bréscia,
Luigi Savelli, sabendo da presença dessa comunidade
no extremo sul do Brasil, a pedido do autor deste texto,
mandou o sino para a menor aldeia em terras gaúchas.
É o primeiro sino a repicar no campanário novo. Certamente
as montanhas responderam com eco cadenciado
as batidas esperadas a 123 anos. (Jornal Gazeta de
Caxias, 1º de maio de 2009, p.4)
Conforme registros da Paróquia Santo
Antônio, em 4 de maio de 2018 deram início
das obras de restauro da capela do Cerro Grande
com bênção proferida pelo pároco Mário
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Pasqual. Conforme o blog ‘Restauração da Igreja
Gran Torto’, o projeto de restauro consistia em
três etapas: conservação, restauro e embelezamento:
1 - Etapa de conservação: consiste em fazer
de imediato as ações necessárias para a conservação
da igreja em suas necessidades mais urgentes sendo as
seguintes:
a) - Levantar a igreja do solo, e fazer uma nova escada de
acesso à igreja;
b) - Afastar a igreja do salão, por aproximadamente dois
metros, a fim de fazer cessar a umidade vinda do salão;
c) - Refazer o telhado, beirais e janelas que já estão deteriorados;
d) - Colocação de trave de reforço para o assoalho;
2 – Etapa de restauro: consiste em arrumar toda a igreja
de forma a fazê-la voltar o máximo possível ao original.
Nesta etapa estão previstas as seguintes ações, dentre
outras que se fizerem necessárias: Restaurar a madeira
deteriorada, assim como a porta, e os quadros de via-sacra;
Restaurar e polir os metais, colocando-os de volta ao
lugar original;
a) - Restaurar o altar, os bancos, os quadros, relíquia de
São Valentin e a imagem de Nossa Senhora do Rosário;
b) - Em havendo possibilidade e orçamento, reconstruir
a parte frontal onde ficava originalmente o altar, que foi
demolido em 1968;
3 – Etapa de embelezamento: voltada para as ações de
melhoramento estético da capela, com vista a harmonizar
a igreja com o ambiente natural, sempre respeitando
a história e o que ela representa. (https://igrejagrantorto.
blogspot.com, 30 de abril de 2018).
Os trabalhos de restauro foram executados
pela Associação Vêneta de Nova Pádua
(Avenp) e pela Banda Santa Cecília, com idealização
de Nair Panizzon Baroni e engenheiro Rafael
Sonda. Em dezembro de 2018, foram concluídas
as obras da primeira etapa de restauração com
o levantamento da igreja do solo, troca de telhado,
substituições das tábuas de madeira no
beiral, soleiras da porta e assoalho em frente à
porta e construção de uma nova com corrimão
de apoio. Nessa primeira fase, foram investidos
R$ 10,7 mil [Dez mil e setecentos Reais], de um
total de R$ 18,5 mil arrecadados por meio de
doações em dinheiro, material de construção e
mão de obra. Em 2019, foi realizada ainda a pintura
das paredes laterais, das janelas, da porta
e do corrimão. A igreja foi pintada de azul e as
portas e aberturas de branco.
Antes disso, houveram intervenção para
manter o imóvel. No Jornal O Florense, de 28 de
setembro de 2019, consta um relato de Nair Panizzon
Baroni, integrante da comissão de restauro,
no que se refere a reformas ocorridas anteriormente
na edificação:
De acordo com ela [Nair Panizzon Baroni], a
igreja já havia passado por reformas anteriores, sendo a
primeira em 1924. “A última reforma ocorreu em 1968,
com a chegada do Padre Tranquilo Mugnol, que, para
resolver uma infiltração, diminuiu a igreja tirando a parte
onde ficava o altar. Também foi nesta época que substituíram
o telhado”, conta. (Disponível em:
https://www.jornaloflorense.com.br/noticia/nova-padua/
15/restauro-da-igreja-do-cerro-grande-sera-apresentado-
em-outubro/10481 )
Um documento que adorna a parede da
igreja pode dar significado ao relato referente a
reforma realizada pelo Padre Tranquilo Mugnol.
Trata-se de uma solicitação de especial Bênção
Apostólica, penhor de graças e favores celestiais
a pedido do Padre Mugnol e da Capela N. S. do
Rosário, concedida pelo Vaticano em 4 de dezembro
de 1973.
O restauro iniciado em 2018, no entanto,
não está concluído. A etapa final requer estudos
aprofundados, conhecimento técnico e mão de
obra especializada, além investimentos financeiros
para sua realização.
1. Nair Panizzon Baroni em sua pesquisa sobre a capela do Cerro
Grande diz que “embora Giovanni Baggio ocupasse o lote 3 do
Travessão Cerro Grande, originalmente a casa da família estava
construída próximo ao rio do Cerro Grande e, após vender parte
da colônia construiu a casa mais próxima à igreja do Cerro
Largo”.
2. Coberturas feitas de pequenas tabuinhas de madeira sobrepostas,
medindo cerca de 12cm x 40cm. Eram trocadas periodicamente,
conforme apodreciam, para impedir a infiltração de
água.
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Primeiros proprietários dos lotes rurais
do Travessão Cerro Grande
Conforme informações descritas no Livro Povoadores
da Colônia Caxias
Lote 1: Matteu Zanatta
Lote 2: Angelo Bonetto
Lote 3: Massimiliano Zanatta
Lote 4: Giuseppe Bonetto
Lote 5: Giacomo Savaris
Lote 6: Agostino De Carli
Lote 7: Giacomo Savaris
Lote 8: Gaspare Contin
Lote 9: Vittore Giacometti
Lote 10: Giuseppe Bignosi
Lote 11: Giovanni Zanatta
Lote 12: Matteu Bizzotto
Lote 13: Bernardo Gelain
Lote 14: Giuseppe Gelain
Lote 15: Amos Ardolfi
Lote 16: Luigi Reginato
Lote 17: Giuseppe Bonetto
Lote 18: Antonio Panarotto
Lote 19: Matteo Bizzotto
Lote 20: Angelo Zulian