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Capela Santo Antônio - Travessão Accioli

Padroeiro: Santo Antônio
Demais santos presentes na igreja: Nossa Senhora de Caravaggio, São Francisco de
Assis e São Roque
Sagra festiva: Anualmente em maio em honra a Nossa Senhora de Caravaggio

O Travessão Accioli, localizado a 14 quilômetros
do centro de Nova Pádua, integra o chamado
Novo Território da antiga Colônia Caxias, que
passaram a ser traçados, em direção ao Rio das
Antas, após 1884. Suas terras foram ocupadas por
imigrantes oriundos do Norte da Itália, especialmente
das províncias de Vicenza, Padova, Treviso,
Belluno, Mantova e Cremona. Seu nome é uma homenagem
ao tenente coronel Francisco de Barros e
Accioli Vasconcelos, que foi inspetor da antiga Colônia
Caxias, em 1884. O travessão é composto por
48 lotes rurais, numa região íngreme e com belas
paisagens para o vale do Rio das Antas. Além desta
área, conforme consta no Jornal A Federação, de 29
de dezembro de 1899, foi realizado um pedido para
a diretoria de obras públicas, terras e colonização
para que “providencie a medição de uma sobra de
terras situada a oeste do Travessão Accioli, para ser
posta em hasta pública”.
Em 13 de abril de 1904, quando Nova Pá-
“[...]. Em seguida segue para leste pela linha que
separa a colônia 2 do Paredes das colônias 4, 3
e 2 chegando até a linha divisória que separa o
Travessão Alfredo Chaves do Travessão Paredes,
chegando até as suas últimas colônias. Chegando
ali segue rumo a oeste pela linha divisória que
separa o Paredes do Travessão Accioli, pertencendo
a Nova Trento, até chegar a linha divisória
que separa o Accioli do Serro Largo (Nova Pádua),
onde segue rumo ao norte até a colônia 35 do
Accioli”. (Livro Tombo Paróquia Nossa Senhora de
Lourdes, 1916)
Sua primeira igreja, em madeira,
foi construída em 1912 no lote número
em terras de Giuseppe Bordin. Registro
na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes
aponta que em 6 de setembro de 1914 foi
celebrada a “primeira comunhão na capela
formada por uma turma composta por
cinco meninos e sete meninas”. (p.5) Inicialmente,
os moradores elegeram como
santo padroeiro Santo Antônio. Porém, na
década de 1930, Claudino Zampieri, que
precisava saldar dívidas por compra de
terra, prometeu que se conseguisse doaria
a imagem de Nossa Senhora e Joaneta
à igreja, pois muitos eram os devotos dela
que residiam na comunidade. Tão logo a
graça foi alcançada, comprou a imagem
e cumpriu a promessa. Anos depois doou
também a atual. A antiga, santa de madeira
como se denomina a estrutura desse
tipo de estatuária, foi doada à família de
Padroeiro
Santo Antônio
Demais santos presentes na igreja
Nossa Senhora de Caravaggio, São Francisco de
Assis e São Roque
Sagra festiva
Anualmente em maio em honra a Nossa Senhora de
Caravaggio
dua foi elevada a 4º distrito de Caxias do
Sul, conforme o art. 2º da Lei Orgânica, o
Travessão Accioli era um de seus territórios,
porém, espiritualmente, a capela era
atendida pelos freis da Paróquia Nossa
Senhora de Lourdes, do distrito de Nova
Trento [atual sede do município de Flores
da Cunha]. Conforme decreto de 24 de fevereiro
de 1916, do Livro Tombo da Paróquia
Nossa Senhora de Lourdes, o Curato
de Nova Trento tinha como limites:
32
Pedro Gazzi. Sua nora, Verônica Maróstica Gazzi,
muito devota a Nossa Senhora sob este título,
construiu um capitel de frente para a rua
em sua casa, na cidade de Flores da Cunha. A
devoção enraizada a Nossa Senhora de Caravaggio
fez com ela também passasse a ser festejada
como padroeira. Inicialmente suas festas eram
realizadas no mês de agosto, porém em 1939,
conforme registro no Livro Tombo da Paróquia
Santo Antônio de Nova Pádua, os moradores solicitaram
a mudança da festa para maio, mês em
que a santa é festejada até os dias atuais. Por
influência dos freis Capuchinhos, em setembro
de 1941 foi fundada em Nova Pádua a Ordem
Terceira Franciscana, que introduziu na igreja do
Accioli também uma imagem de São Francisco
de Assis, que passou a ser devocionada. A comunidade
passou a realizar uma festa em honra
a São Roque no mês de outubro em data incerta.
Uma estátua de São Roque, protetor das pestes,
também se encontra na igreja.
Nos anos de 1940, uma nova igreja, também
em madeira, foi construída ao lado de onde
está a atual. Ela serviu para a comunidade até
1957, quando a atual igreja, em alvenaria, foi
inaugurada. Seu construtor foi João De Bastiani
[Giovanni Antonio De Bastiani], conhecido como
Nani Fermo, que construiu também as torres
das igrejas matrizes de Flores da Cunha e Nova
Pádua e as igrejas dos travessões Bonito, Mützel,
Cerro Largo e Leonel. Ajudaram na construção
também Teófilo Bernardi, João (Gros) e Ferdinando
De Bastiani, Argentino Sottoriva e Carlo
Morandi além de um homem de cada família
nos dias de mutirão. Relatos dos moradores da
comunidade dão conta que os construtores da
igreja ficaram hospedados na casa de Honorato
Virgínio Bordin, pai de Alderico Bordin, responsável
por levar o “meredin” para os trabalhadores.
Anexo à nova igreja foi edificado o campanário.
As pedras do alicerce foram extraídas
por Nani Fermo num potreiro da família Carniel
e, quando ficaram prontas, foram transportadas
por Virgínio Bordin e Angelo Scremin com uma slita
puxada por mulas, espécie de trenó de madeira.
Nele foi posto o sino importado da França, que possui
os seguintes dizeres: “LAUDO DEUM VERUM
PLEBEM VOCO CONGREGO CLERUM. DEFUNCTUS
PLORO NUBEM FUGO FESTA DECORO. G. & F. PACCARD
FONDEURS A ANNECY-LE-VIEUX HTE SAVOIE
(FRANCE) 1910. S.S.PIUS X PONT. MAX. FIDES SPES
CHARITAS”. Em tradução livre pode ler: “Louvo a
Deus, chamo o povo, reúno o clero. Choro pelos
mortos, afugento as nuvens. Fundição G&F. Paccard,
Annecy-Le-Vieux Savoie Hte (França) 1910.
Santíssimo Sacerdote Pio X pontífece máximo. Fé,
esperança e amor”.
Inicialmente o sino havia sido colocado
sobre quatro palanques, atrás da primeira igreja.
Depois foi construído um campanário de madeira.
Foi bento para proteção contra o fogo e os temporais.
Isso porque diziam que algumas colônias da
comunidade eram amaldiçoadas. Quando o sineiro
tocava o primeiro badalo, logo o vento cessava
e o fogo acalmava. Além disso, ao ouvir o toque,
os vizinhos partiam em direção de onde viam a fumaça
para auxiliar. Em certa ocasião, contam que
o fogo estava tão forte que Honorato Virgínio Bordin,
achando que ia morrer queimado, clamou:
‘Santo Antonio e la campanha che sona, spua el
fogo’ e imediatamente o fogo acalmou. Ainda hoje
ao verem um temporal se aproximando, os moradores
tocam o sino, concentram-se em orações e
acendem velas a Nossa Senhora do Caravaggio.
Em 31 de março de 1962 um decreto da
Mitra Diocesana de Caxias do Sul, retificado de 18
de março de 1958, entendeu “que pela proximidade
e maior facilidade de atendimento dos fiéis, as
capelas de São João Batista do Travessão Alfredo
Chaves e Santo Antônio do Travessão Accioli, da
paróquia Nossa Senhora de Lourdes de Flores da
Cunha” seriam anexadas a paróquia Santo Antônio
de Nova Pádua.
Com a igreja em alvenaria concluída, em 6
de agosto de 1958 foi criada a Escola Rural Isolada
do Travessão Accioli, que entrou em funcionamento
em 1º de julho de 1959. A escola funcio33
nava em um terreno situado ao lado da igreja,
onde até os dias atuais encontra-se sua estrutura.
O campo de futebol da comunidade foi bento
e inaugurado em 27 de outubro de 1968. Dois
anos depois, em 23 de maio de 1970, foi lançada
a bênção dos fundamentos do novo salão
da capela. Conforme consta no Livro Tombo da
Paróquia Santo Antônio “após muita luta e trabalho”
em 29 de janeiro de 1984 foi inaugurada
a reforma do centro social. “A obra custou quase
Cr$ 3.000.000,00 [Três milhões de Cruzeiros]”.
Já em 17 de setembro de 1987 ocorreu a reinauguração
da capela Santo Antônio com “reformas
na torre e na capela por dentro e por fora. Os
gastos foram de Cr$ 80.000,00”. Ainda no final
dos anos de 1980, mais precisamente em 20
de maio de 1989, a capela do Accioli passou a
“registrar como sua principal festa a de Nossa
Senhora do Caravaggio”. Ao longo dos anos,
melhorias foram executadas na capela e no salão
paroquial. No ano de 2004, foram doados os
bancos para a igreja. Em 2002 foi realizada uma
reforma na igreja, havendo sido trocado o piso
em ladrilhos decorados por cerâmica e adquirido
um novo altar.
Em 2018, foi inaugurado a pavimentação
asfáltica da estrada que liga à comunidade.
Primeiros proprietários dos lotes
rurais do Travessão Accioli
Conforme descrição no Livro Povoadores da
Colônia Caxias
Lote 1 – Santo Graziotin
Lote 2 – Angelo Graziotin
Lote 3 – Pietro Sperandio
Lote 4 – Giuseppe Fontanevi
Lote 5 –Giacomo Silvio Defabri
Lote 6 – Giovani Menegol
Lote 7 – Antonio Dalla Bona
Lote 8 – Giuseppe Dal Molin e Massimiliano Polesso/
8 – Antonio Polesso e Antonio Mioranza
(Livro Colônia Caxias: Origens)
Lote 9 – Ermenegildo Brolo
Lote 10 – Pietro Antonio Gnolo
Lote 11 – Francesco Fantin
Lote 12 – Antonio Luigi Gnolo e filhos
Lotes 13 – Giovani Barca
Lote 14 – Valentino Fantin
Lotes 15– Faustino Zampieri
Lote 16 – Santo Dedoni
Lote 17 – Giacomo Vedelago
Lote 18 – Giovanni Capinelli e filhos
Lote 19 – Angelo Tonini
Lote 20 – Faustino Zampieri
Lote 21 – Giovanni Barca
Lote 22 – Santo Campagnaro
Lote 23 – Luigi Furlanetto
Lote 24 – Valentino Tonini
Lote 25 – Alfredo Santa Dalla
Lote 26 – Giacomo Scremin
Lote 27 – Lorenzo Terribile
Lote 28 – Angelo Bernardi
Lote 29 – Isidoro Terribile
Lote 30 – Giovanni Fabian
Lote 31 – Anibal Silveiro de Regente
Lote 32 – Michele Bottin e Ricardo Brandalise
Lote 33 – Nada consta
Lote 34 – Luigi Mognol
Lote 35 – Clemente Borelli
Lote 36 – Carlo Faggioli e Giovani Perotoni
Lote 37 – Angelo Rech
Lote 38 – Luigi Toldo
Lote 39 – Bortolo Antiga ou Bortolo Mioranza
Lote 40 – Francisco Bolzanello
Lote 41 – José Antonio de Gama e filhos

Lote 42 – Benedetto Bolzanello

Lote 43 - Ludovico Sartori
Lote 44 –Beniamino Bolzanello
Lote 45 – Nada consta
Lote 46 – Luigi Sommavila
Lote 47 – Nada consta
Lote 48 – Mateus Dalpozzo/Antonio Tatto

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